Vendas em pirâmide: cuidado com promessas de dinheiro fácil

Quer ganhar 1 milhão de reais em 1 ano apenas indicando pessoas?

Se lhe for oferecido algo assim enquanto participa de uma reunião, sentado na frente da TV ou navegando na Internet, o conselho é deixar para lá imediatamente.

Na verdade, esta não é uma oportunidade imperdível, mas um dos muitos golpes realizados com sistemas de vendas em pirâmide . Embora no Brasil esse tipo de prática seja proibido por lei (o esquema de pirâmide ainda não possui uma legislação específica capaz de reprimir a prática recorrente no país.

Em geral, os responsáveis são enquadrados na Lei de Crimes contra a Economia Popular - Lei 1.521, de 1951), infelizmente ainda há muitas pessoas enganadas.

Aqui está uma série de informações úteis para entender em que consistem esses sistemas de vendas em pirâmide (comumente chamados de correntes) e como reconhecer enganos contra os consumidores.

A “venda piramidal” não é um tipo de distribuição de um produto, mas sim um mecanismo que consiste em vender uma posição dentro de uma estrutura piramidal que é assim chamada porque no seu topo existe uma pessoa que vende a outras pessoas a possibilidade de aderir à pirâmide ao nível níveis abaixo, prometendo grandes ganhos em troca do pagamento de uma taxa de entrada .

Depois de pagar pelo acesso às instalações, essas pessoas, por sua vez, apresentarão outras pessoas à pirâmide e assim por diante.

Em resumo, os sistemas de vendas em pirâmide têm três características: a promoção é baseada na promessa de obter um benefício econômico; o cumprimento da promessa depende da entrada de outros consumidores no sistema; a maior parte das receitas que permitem o pagamento da contraprestação prometida aos consumidores a serem financiadas não resulta de uma atividade econômica real.

Quem ganha e quem perde?

De acordo com esse mecanismo, quem está no topo da pirâmide vive de renda : na verdade, ele não se compromete a vender nenhum produto, mas apenas cobra as cotas de entrada estabelecidas para quem quer fazer parte da estrutura.

Tudo isso em detrimento dos sujeitos que estão no nível mais baixo da pirâmide: quanto mais tarde acessam a estrutura, mais difícil se torna - se não impossível - convencer outras pessoas a acessar a pirâmide.

Como você se propõe a entrar em um sistema de vendas em pirâmide?

O recrutamento de pessoas para aceder a este tipo de sistema ocorre normalmente através da organização de conferências ou reuniões .

Durante esses eventos, os topos da pirâmide ilustram as possibilidades de ganhos graças à forma de vender os produtos que promovem. Ao fazer isso, eles costumam usar vídeos cativantes e depoimentos artisticamente construídos. Nos últimos tempos, o recrutamento é cada vez mais frequente, não só ao vivo, mas também através da Internet .

As pessoas que participam desses eventos não precisam ter requisitos ou habilidades especiais para serem recrutadas, o importante é que paguem uma taxa de acesso .

Assim que entrarem na pirâmide, por sua vez, terão que recrutar outros sujeitos e receberão uma porcentagem sobre cada nova pessoa recrutada . No entanto, quanto mais o mecanismo avança, mais difícil é para os recém-chegados encontrar novos seguidores e retorno do investimento inicial.

O epílogo é sempre o mesmo: quem organizou o mecanismo desaparece uma vez arrecadado o valor que havia definido, todos os outros perdem o dinheiro que investiram. Em média, a vida média dessas estruturas é de alguns meses , no máximo dois anos.

A corrente

Um dos exemplos mais comuns de venda em pirâmide são as cartas em cadeia .

O sistema funciona assim: uma mensagem, geralmente contendo um convite para fazer um gesto de solidariedade, circula por e-mail, WhatsApp ou redes sociais (principalmente Facebook ) para que seja encaminhada ao maior número de usuários.

Este é um sistema ilegal, pois na maioria dos casos o mecanismo foi ativado para circular dinheiro ilegalmente .

Qual é a diferença entre venda em pirâmide e marketing multinível?

Nas vendas piramidais , os ganhos são feitos exclusivamente com base na capacidade de introduzir novos afiliados.

Mas o ganho, como mencionado, se houver, é apenas para quem está no topo da pirâmide. Aqueles que chegam mais tarde têm dificuldade em ganhar e correm o risco de perder seriamente o valor da taxa de acesso paga.

Ao contrário dos sistemas de vendas em pirâmide, o marketing multinível é um sistema de vendas legal que existe quando uma empresa, que produz bens de consumo (por exemplo, cosméticos, utensílios domésticos, livros, etc.) , busca clientes não apenas para fazê-los comprar esses produtos ou serviços, mas também para torná-los vendedores independentes dos produtos da empresa.

Os novos varejistas, por sua vez, são atraídos a buscar outros consumidores e vendedores, pois ganham não apenas com as vendas realizadas diretamente, mas também com as vendas realizadas pelas pessoas que recrutaram.

Nesse caso, o consumidor deve avaliar cuidadosamente a oportunidade de ingressar no marketing multinível : não é para todos se tornarem um representante de vendas de sucesso e devemos considerar que, para começar, ele deve pagar pelo material informativo e pelos produtos entregues pela empresa .

Neste caso, os promotores ainda têm o objetivo de vender e distribuir os produtos e serviços da empresa, enquanto no sistema de pirâmide o único objetivo dos promotores é conseguir acumular o máximo de dinheiro possível, sem necessariamente oferecer um produto ou serviço. em troca (e, portanto, as vendas em pirâmide são ilegais).

O que a lei diz?

Apesar de proibido, o esquema de pirâmide ainda não possui uma legislação específica capaz de reprimir a prática recorrente no país. Em geral, os responsáveis são enquadrados na Lei de Crimes contra a Economia Popular (Lei 1.521, de 1951), com uma pena de no máximo dois anos de cadeia, além de multa.

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Dr. Adriano Hermida Maia (LinkedIn)

Advogado e sócio do escritório Hermida Maia, Docente, especialista em Crimes Digitais, Pós-Graduado em Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, MBA em Contabilidade & Direito Tributário com ênfase em risco fiscal.

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